A história pode ajudar na identificação do mentiroso contumaz para que não seja colocado em funções estratégicas e prejudique a vida de pessoas, famílias e nações.
A corrupção em nosso país começou já nos primeiros anos da história conhecida, quando os invasores enganaram os índios, primeiros e verdadeiros brasileiros. Aqueles presenteavam os habitantes originários com pequenos objetos em troca de muitos dias de trabalho, no que eram aceitos e “endeusados”. Os portugueses e espanhóis dominaram e colocaram o cabresto nos nativos e assim foi até que perceber que os nativos trabalhavam pouco, muito menos do que gostariam. Então foram em busca de outra força de trabalho, mais produtiva e barata.
A abolição da escravatura nos Estados Unidos da América fez do povo africano o eleito para substituir os índios. Caçados a laço, eram trazidos ao continente sul-americano à força e em condições sub-humanas. Os escravos africanos, os verdadeiros heróis e construtores da nova nação brasileira doaram o seu trabalho em troca do mínimo necessário para sobreviver e se transformaram em novos brasileiros enganados e humilhados. A legislação favorecia os “espertos” e oprimia quem estava alijado do poder. Vejam que os índios, verdadeiros donos destas terras, a perderam – cada vez estão em menor número e deverão desaparecer em poucos anos – e os negros, que trabalharam a terra sob sol e chuva em jornadas extenuantes, praticamente nada têm.
Na atualidade continua-se a enganar a massa para conquistar mais, enriquecer mais, oprimir mais, ter mais poder e muito mais com desonestidades. A conquista de riqueza e poder é legítima, desde que baseada no trabalho honesto, nunca sustentada pela mentira ou roubo. Aplicar na Bolsa de Valores, por exemplo, para ajudar as empresas e com isso obter remuneração (dividendos) é uma atividade honesta, mas ser especulador e, muitas vezes, disseminador de inverdades para obter lucros é repetir o que os invasores da nossa pátria fizeram com os primeiros brasileiros.
É impossível um governante atuar sem receber críticas, por vezes difamado, o que é passível de acontecer com qualquer pessoa, especialmente quem detém cargos públicos. No entanto, utilizar um cargo de confiança dado pelo povo para atuar em benefício próprio e do seu grupo, fazendo uma coisa e propagando outra - ou seja, enganando o povo - é um ato de corrupção que, quando comprovado, deve ser severamente punido.
Não é apenas no Brasil, conhecido por fazer parte dos países emergentes, que seus liderados são enganados. A população dos Estados Unidos da América, considerado um dos países mais desenvolvidos, elegeu como presidente um homem de conduta duvidosa e senhor trapalhão. Mentir é a estratégia adotada pelos desonestos, aqueles que nunca deveriam ser escolhidos pelo povo para conduzir o destino da nação, mas parece difícil perceber tal característica na personalidade dos líderes. Eles são habilidosos para dizer o que o povo gosta de ouvir, razão pela qual recebem votos em gratidão.
Em 2016, pesquisadores publicaram um trabalho sobre as 18 principais habilidades de um mentiroso (https://goo.gl/ZeCYsq, revista Super Interessante, edição de Abril). A leitura é interessante e ajuda a identificar o mentiroso contumaz. Abaixo, as 10 principais características que chamaram minha atenção:
- Conseguem se expressar bem
- São manipuladores
- São bons atores
- Imitam pessoas honestas
- São confiantes enquanto mentem
- Têm boa aparência
- São eloquentes
- Improvisam bem
- São bons em interpretar sinais não verbais
- Afirmam coisas que são impossíveis de se verificar
Em 2018, mais uma vez o povo brasileiro terá a oportunidade de escolher o presidente da República que comandará o destino da nação por alguns anos. O cargo exige um gestor público habilidoso e essencialmente honesto. Não há mais espaço para a mentira. Fique atento às características dos candidatos e boa escolha.
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